Sabe em que eu ando pensando? Em tempos de pandemia.

Quando a pandemia chegou à nossa cidade e fomos chamados a nos recolher, nossa maior preocupação tinha a ver com a doença e a morte que nos rondava. Quando reabríssemos os portões da escola, que nunca imaginamos manter fechados por tantos dias, quem estaria conosco? Quem não retornaria? O medo de que muitos de nós fôssemos vítimas fatais da doença foi o que nos levou até nossas casas.

Com o passar dos dias, vimos que éramos privilegiados e que podíamos nos proteger de alguma forma. Mas aí começamos a ser assolados por outros medos. Como nos manteríamos próximos uns dos outros? Depois, como poderíamos seguir ensinando alunos e alunas das mais diferentes idades? E como manter as famílias apostando em nossa proposta? O que nosso Projeto Político Pedagógico poderia nos ensinar neste momento? Como sobreviveríamos financeiramente com tantos compromissos, uma folha de pagamento extensa e muitas famílias optando por cancelar os períodos estendidos e, posteriormente, os contratos dos alunos menores?

Como diz a sabedoria oriental, se não sabíamos exatamente para onde nadávamos por não enxergar a outra margem do rio, sabíamos de onde tínhamos saído, conhecíamos a margem de onde começamos a nadar.

Passados 200 dias, pudemos reabrir aos poucos os portões da escola e sabemos que muitos desafios ainda estão por ser superados. Mas hoje, reafirmamos a certeza de nosso projeto, juntos podemos muitas coisas.

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