Volto pra casa, depois de um grande reencontro!  

Não foram anos fáceis para comemorarmos… Em 2020, nosso bloquinho, celebrou um lindo começo de ano mas também um começo de muitos problemas que não antevíamos. Tivemos em 21, um feriado como outro qualquer, sem festa, para tomarmos fôlego para o que viria a ser o pior ano para todos da pandemia. Em 2022, comemoramos o início de um ano tímido, com a população vacinada, mas ainda com os efeitos da Omicron, e um carnaval que apenas se deixou ver pelas frestas da escola.  

Mas ontem… nos espalhamos! O novo percurso, o receio de incomodar demais nossos novos vizinhos e a chuva parece que insistiam em avisar que a festa seria menos incrível do que sempre foi. Mas não! Um convite emprestado de Caetano Veloso, trouxe muitos presentes. 

“ (…) Não se perca de mim 

Não se esqueça de mim 

Não desapareça 

A chuva tá caindo 

E quando a chuva começa 

Eu acabo de perder a cabeça 

Acho que a chuva ajuda a gente a se ver (…)” 

Aos poucos, ocupamos as ruas. Estudantes que guardavam na memória os outros carnavais chegaram animados, apesar da chuva. Os vizinhos descobriram que somos muitos e até um tanto barulhentos, mas trazemos uma alegria sem igual por onde passamos.  

Descobriram ainda que somos cuidadosos e não demos trabalho para as ambulâncias, polícia ou para os varredores de rua, que não podiam dançar conosco por estarem a serviço, mas que quase não tiveram trabalho conosco.  

Mostramos também que somos saudosistas, cantamos músicas de todos os tempos, das infâncias das quais gostamos de lembrar. Nos aproximamos de todas as gerações… as que vieram antes (com a rua cheia de avós e avôs) e as que estão por aqui, descobrindo o mundo e transformando-o. Foi lindo ver o olhar encantado no rosto dos vizinhos que nos assistiam de suas janelas e nos rostos das crianças que descobriram ali pais que dançavam e estavam muito, muito felizes no meio da folia.  

Que venham outros carnavais, que os vizinhos se juntem a nós nos permitindo espalhar alegria e cuidado por onde passamos. Que nossos alunos e alunas saibam cultivar nossa cultura, os encontros e a ideia de que a rua deve ser ocupada e cuidada, porque é de cada um e de todos nós.